23 de fevereiro de 2008

A Máquina da Felicidade

Pontos, curativos, gases e bandejas, instrumentos cirúrgicos... E começando assim, falo da história como hoje ela acontece, e falando assim começo do final, falo do final atual do início ilustre do trajeto em meio ao caminho lúcido, pouco pudico e cheio de méritos, de respeitos por respeito, pois!

Você já pensou quantas vezes, quantos dias, se questionou sobre a felicidade? Mas não sobre a felicidade alheia, nunca sobre a felicidade do inimigo, mas sempre da sua felicidade?

Existe um lugar, um lugar no mundo, dito ele interior... Há ali uma casa enfrente de uma praça, praça com gramado, quadra de pelada, árvores, bancos, pessoas, cachorros, outras casas ao redor. E mais uma vez, sem pensar em todos os outros universos ao redor da praça, conto hoje sobre um deles e conto assim... Não sou esse universo, menos ainda conheço todo esse universo, mas a NASA tampouco conhece todo o universo, mas cria máquinas gigantes e tenta desvendar seus segredos, suas estrelas, suas cadências... Seres Humanos são assim, curiosos, às vezes cuidadosos, muitos egoístas!
Na casa enfrente à praça, viveu uma garota. De certa forma, ainda hoje vive por lá e sabe, essa garota tem um universo muito curioso, muito cuidadoso e como qualquer um de nós, claro, com seus egoísmos.
Assim como a NASA que envia máquinas para o espaço,o nosso espaço, ela também envia máquinas ao espaço, outros espaços, seus espaços, o meu e os dos outros... Somos amigos!
Eu, conhecido entre os camaradas como “o observador de detalhes”, e digo assim porque de formas diferentes todos já me disseram isso, vivo por aí falando com um e com outro e entendendo pontos de vista, não concordando, mas entendendo! Observados então os detalhes dos contos, das histórias de vida, os desabafos, os desencantos e as tão importantes ilusões... Elas fazem parte da vida também, não é?
E amigos como a enfermeira, são como detalhes fundamentais, sempre tão incríveis porque quando a gente menos imagina, ali estão eles, fazendo com que a gente pense de novo e reveja conceitos e mude de opinião. Não há nada de mal em mudar, fazer diferente, pensar novo...
Entre muitas histórias, entre muitas coisas que poderia por em linhas portuguesas, prefiro contar uma parte das pautas entre eu e a garota enfermeira... Foram encontros assim, cheios de carinho e muita tagarelagem (tanto ela quanto eu falamos mais que os cotovelos!!), sempre pra contar como andava a vida, como andavam as dificuldades, ela em uma cidade e eu em outra, os dois vivendo a experiência dos estudantes, tantos que saem de casa e vão para longe em busca de informação, de formação, de condição, de orientação, melhoras, experiências, profissão. E daí vinham os “causos”, uma novidade aqui e outra ali, sempre tão bom rever amigos!
Passado algum tempo, eu voltei para cidade do interior, com a pracinha enfrente à casa da garota, passado um pouco mais de tempo a garota também voltou e montou outra casa, agora sem pracinha. Passado mais um tempo, freqüento a sua casa, “casinha” como ela prefere chamar “lar” e passando o tempo é interessante como posso juntar os pedacinhos de prosa e formar a história que conto aqui; são fragmentos, fortes pedaços, frágeis pedaços, alegres e tristes. A garota, a casa, a pracinha, hoje a engenheira de máquinas únicas no que exerce. Antes, garota das saias com pregas do colégio adventista, sonhos pregados em mural determinado, pregos batidos pra pendurar o respeito que conquista, sem “pudicos falares”, amiga de caros amigos, é sempre tão bom ter uma rede deles, e temos essa sorte!
Grande guerreira, pequena garota, mundo muito além da pracinha na cidade do interior, mas que voltou e me disse um dia na mesa da cozinha: “... mas prefiro, porque aqui estão minha família, meus amigos, você e fulano, minhas raízes”, e ai de você se falar-lhe “médica”, com toda graça do mundo ela vai rir e dizer estridente, mexendo o dedo indicador: “Médica não, Enfermeira!!”.
E não são os detalhes, as maquinas que descobrem os universos e movem a felicidade?

Grandes Inventos, querida Lia, pra você!


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