12 de março de 2010

O Poço

Entra cuidadoso no bosque e percebe,
raposas de longe, guardando em seus olhos...
... cercando os troncos, por baixo dos ramos,
por cima das folhas, mirando o estranho!

Caminha silencioso no escuro do bosque e esquece,
o quebrar dos gravetos sob os seus pés...
... testemunhando o avanço da descoberta,
por cima das fendas, almejando seu fim!

Avança medieval forma de ver e entende,
calabouços soturnos, esperando o prisioneiro...
... circundando as árvores mais antigas, as mais novas
e as futuras, as frutíferas ou só folhas!



Mas chega ao centro, vento-assobio e sente,
existências invisíveis, rondando sua alma e clamam...
... por paz, por mais, por novos contos e armaduras,
as catapultas, já quebradas, de uma certa solidão!

Mas segue o senso, a intuição, olha o abismo e perturba,
guitarras antigas, velho dedilhado de poesia em som...
... ansioso destino, insistindo na cor, monocromo sonho,
auto-imagem gelo, sem frieza dura!

Mas alcança o velho poço e compreende,
quietos litros e litros de água-lodo, que refletem...
... estendido corpo observador, ao fundo, galhos e céu,
seus desejos, os mais profundos, podem se realizar!

... são nas raízes, enterradas,
que se encontra todo o sentido de cada uma das
folhas nascidas nas pontas dos galhos.

2 comentários:

zuzi disse...

e as futuras, as frutíferas ou só folhas! linda essa parte, lindo tudo!

o poco, um significado... varios sentidos... inumeros motivos!!

queria um dia poder olhar, nem que seja de longe, melhor seria se fosse nos olhos de cada pessoa especial que ha em sua vida.Essas que somente despertam o desejo de sua encantatoria escrita!!!

Beijos meu poeta!

Anônimo disse...

...existências invisíveis...

Preciso de novas armaduras!

O poço, o preço, o gosto, o medo...