22 de dezembro de 2008

Versinhos ao Bobo e à Corte

Suas costas estão ficando tortas.
E suas celas, invadidas, estão ficando vazias.
Em minha estranha casca,
há pessoas mortas e não discuta se não quiser
que eu morra também...

Suas narinas estão sentindo cócegas.
E suas casas, intocáveis, virando escombros.
Em meu caminho torpe,
há cada pedra que você deixou e não se iluda
pois eu vivo bem e só...

A minha mente voa, está bem lá no alto.
E meu altímetro, sem revisão, já se quebrou.
Em sua entranha, em sua farsa,
há quedas livres e não me aplauda se não quiser
que eu leve você comigo...



Suas coxas estão ficando grossas.
E seus amigos, os melhores, estão ficando comigo.
Em minha estranha caixa,
há nomes completos e uma arma sem balas
que eu lustro tão bem...

Suas bochechas estão ficando rosa.
E suas manias, antigas, estão virando rombos.
Em meu palácio, na corte,
há o bobo que você deixou e não confunda
pois meu riso é frio e só...

Meu eu demente pousa, está bem aqui ao lado.
E meu perímetro, quase sem medida, já se afundou.
Em sua barganha, em sua máscara,
há traços mal feitos e uma arma sem balas
que eu desmonto e fica comigo...



Quando as cortinas se abrem novamente,
os Reis sempre estão ali, em seus tronos,
satisfeitos e tolos!

2 comentários:

Anônimo disse...

adorei...

Anônimo disse...

sempre azedo e fantástico!!