13 de agosto de 2010

Rodas Gigantes - O Testemunho

Foram jogados no rio
como sementes que não serviam mais
e foram deixados à correnteza
sem destino.
Foram afogados no agito
das águas turvas que não regavam mais
e foram carregados ao longe
sem sentido.
Atordoados homens
amedrontados sempre
e sempre...
Capazes de tudo ou quase tudo!
Afortunados dias de batalha final.
Apreciados tempos
de dizer sim ao bem ou ao mal.
Acostumados tons
de vontade, de vingança e vermelho.


Eu vou contar ao juiz quem fez o que.
Eu vou contar ao juiz quem disse o que.
Eu vou contar ao juiz quem ocultou o que.
Eu vou contar ao juiz quem cometeu, pretendeu, traiu...

E vou provar que comigo nem mesmo isso!
E vou ensinar que nem mesmo você!
E vou criar a versão inteligente das coisas!
E vou deixar a sala majestral com riso, com viço, peçonha...


Foram trocados na rua
como peças que não compunham mais
e foram deixados à incerteza
sem cuidado.
Foram ofertados na tristeza
das calçadas sujas que não falavam mais
e foram esquecidos aos poucos
sem pecado.
Atormentados seres
assustados, escondidos sempre
e sempre...
Testemunhas de tudo ou quase tudo!
Acreditados dias de encontro letal.
Apaixonados tempos
de dizer sim ao bem ou ao mal.
Alterados tons
de póstumo, de paralisado e preto.



Da tela em construção
movimentos intensos de paisagem,
de criação
e de tudo que foi guardado sob meus pés...

Um comentário:

Digão disse...

Gostei da parte que fala das aguas que nao regam mais e das calçadas que nao falm mais!!!

D+ fio.