14 de março de 2008

Poesias Marginais

Mundo de letras, meu mundo de letras...
Eu tive um sonho que me revelou muito sobre meu mundo de letras com tipos e fontes para texto literário. Nossas vidas carecem de mundos e de letras, tipos escolhidos, fontes de título e contexto, e um dia (depois dos sonhos) limpa-tipos... Tantas vezes procuramos a borracha que apagará nossos tipos e assim poder reescrever histórias, mas hoje não, não!
Meu sonho foi tão real que ainda o tenho na memória e sendo assim, segue sendo algo real, continua sendo mais que um sonho e ainda, revelador... Me lembro de uma chegada, um ponto de chegada, algo como estar dentro de um meio de locomoção que me aproximava desse local, noite escura, luzes perdidas aqui e ali, depois gente pra lá, pra cá e uma personagem que chegava após minha descida em considerável escada, alguns bons degraus. Cena mais clara, a partir de então já parecia dia; calçadas e entradas de lojas, um hotel, uma praça, feira livre, pombos, igreja e uma caminhada diurna, outra noturna... Indicações do guia, uma lagoa, pessoas em um sábado quente, pessoas em um quarto com sacada e prédios ao redor, pessoas com esperanças por dentro, seres em busca de apenas um verso, apenas um dentro do soneto.
E com todos os elementos de um sonho, reflito sobre a forma poética com que todos nós construimos os versos de nossas vidas; julgo, avalio, mas antes de tudo sinto, tipos e fontes para compor meu soneto e muitas vezes, quantas vezes o dedico aos outros, mas me conforto pois outros são dedicados à mim. Me sinto feliz!
Nossa existência é muito marginal, cada um só existe em seu mundo e de mais alguns, os livros que escrevemos nem todos lerão, mas alguns lerão e isso certamente modifica olhares, sensibilidade, formas de apreço e amor... O homem se preocupa tanto em ditar normas e é tão menos importante quando se trata de ciência humana, faz assim e faz assado, mas mesmo quando pensa sobre a pouca atenção que dá ao pensamento alheio, é mesmo muitas vezes a sua maior preocupação!
Fico feliz quando não identifico muito disso em outros autores (visto que todos temos dessas coisas) e minha preferencia pela literatura sempre teve a noção da língua, das normas e da jovem linguística; psicologia das letras, dos tipos que traduzem bem mais que simples significados e vejam, os significantes também existem!
Mais uma vez sou difícil de entender, mais uma vez e dessa vez aos que não sabem o que quer dizer significante, que "se virem", que "se arranjem"... A quem dedico essas notas, isso não importa, sabe bem o que é e mais: tem real valor sobre o que em si tudo significa, mais ainda, sente e gosta do significado.
Caríssimo, poesias marginais são apenas as que não se revelam ao mundo, e o mundo não as entende... Julgue, avalie suas letras e seus tipos, mas nunca se canse dos sonetos. Faça deles o seu texto, seu livro!
Troquemos nossas literaturas, vivas e em papéis especiais, tintas de sangue e contextos de almas, nunca se canse dos sonetos e lembre-se que há quem os queira e precise ler.


O texto da vida tem tipos e fontes
inexplicáveis!!
- significados e significantes -
Saudade no peito, poesias à margem!

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigado... de todo e sincero coração.

Os significados são efêmeros e transeuntes, passam e repassam, trocam de forma, fazem-se presentes por inusitadas vias... porém, o significante, este sim está lá... imutável... presente... vivo!

Leodmar