7 de julho de 2014

A Carta Interior

Sabe que quando resolvi ser o autor das Cartas ao Interior, a carta que me inspirou a começar a escrever poemas, contos e outras cartas, para as pessoas que eu amo, fora escrita para mim quase dois anos antes e nela seu autor me deixou a seguinte mensagem: no percurso de toda essa viagem que é a vida somente uma energia, um sentimento, uma forma de existir vai e fica com todos o seres que se deixam encontrar e é sobre isso que eu vim lhe falar agora.
Aquela carta escrita, de próprio punho, nunca foi envelopada, selada e postada. Ela nunca chegou, ela foi guardada dentro de um livro, um dia eu a achei e para a minha surpresa, ali tudo começava com a descrição de uma noite cerca de um ano antes da minha mudança de Curitiba, voltando a viver em São Paulo. A observação que fez seu autor a meu respeito, sobre a cena daquela noite, concentrava-se sobre o fato de meu riso e o meu sorriso já não serem mais os mesmos e eu realmente não era ainda o mesmo, pois aqueles olhos que me observaram sem que eu percebesse conseguiam enxergar a minha alegria, a minha alma e o meu coração.

O amor tem dessas coisas... Até mesmo o excesso de muitas outras, todas elas tão contraditórias e complementares, então me pego pensando que uma vida sem a vontade de ser feliz junto de outra pessoa nos deixa incompletos, talvez, menos humanos!
De repente algo acontece e passamos a olhar para alguém por sentir uma cumplicidade única e a medida que essa cumplicidade cresce (e o relacionamento se aprofunda em todos os sentidos), novas formas de viver se assumem e em meio a elas assumimos também o olhar que o outro tem sobre tudo que nos envolve, o nosso mundo!! De repente, parece mesmo ser tudo lindo, além de você e do outro, existe agora uma força, um poder que o torna capaz de tudo nas frentes de batalha, fora ser motivador, engraçado, complexo... Existe um sentido muito importante para que os sonhos se realizem!

Do amor, quero guardar todas as lembranças e das lembranças, de alguma forma especial, todos aqueles que o trouxeram pra perto de mim. No amor, quero entender as minhas barreiras, ter certeza que nunca o terei desperdiçado e para quem hoje escrevo essa carta é muito importante dizer que foi consigo que muito de mim voltou a ser especial. Obrigado, como eu amo você!

Sabe, você acredita em destino?
Eu acredito que aconteceu algo comigo. Quando li aquela carta, descobri que o amor pode até mesmo matar e pode fazer você perder tudo aquilo que um dia procurou. De repente eu via a pessoa que amei se despedindo de mim e acho que ali desacreditei do destino. De repente eu passei a viver em um mundo sem cor. Um dia eu conheci um estudante de filosofia, um dia eu já sabia que ele era um grande amigo. Então de amigo ele me propôs uma história dessas que trazem à tona a força pela qual tudo pode se realizar. Um dia, o já filósofo e eu nos demos a chance e resolvemos ter a tal união que nos faz mais humanos, um dia acreditamos em todas as outras coisas que ouvimos sobre o amor.

Sabe, eu me lembro de você chegando. No dia em que nos conhecemos você me disse que o amor, às vezes, nem é tão importante. Mas acontece que o tempo todo a gente só se amou. E eu falei milhões de coisas e você riu e sorriu. Eu contei algumas histórias engraçadas para logo depois você me contar a sua vida quase toda e eu me lembro que ri e sorri o tempo inteiro. Eu fiquei tanto tempo sem sentir aquilo! De repente as profecias se cumprem e de repente os desejos se realizam, as estrelas se alinham a gente reconhece uma constelação. Um dia, aquele estudante de filosofia abriu uma porta para mim e, anos depois, você reabriu todas as janelas para a luz voltar aqui dentro do meu peito. 

Do amor, quero guardar aquele dia em que lhe conheci e, com ele, todos os motivos que me fizeram sorrir e rir outra vez, com você... Quando eu me dei conta, aquela força estava de volta em mim e eu acredito que, às vezes, o destino pode enganar, mas também pode surpreender.
A carta interior falava disso tudo. Falava sobre mim e também sobre aquele estudante de filosofia, falava sobre nós e o nosso mundo forte. A carta interior falava de esperança e falava de azar, também falava de desejos e de um mundo onde eu ficaria só. Eu chorei muito e por muito tempo mais. Eu guardei aquela carta como uma prova do que era verdade, como prova do que era o amor, esperando que um dia ele voltasse.

Naquele dia em que lhe conheci, de alguma forma eu reconheci uma chegada e daquele dia quero guardar com todo o meu amor, esse seu mundo. Do amor, quero dizer que: o destino de repente existe e insiste que a todo tempo vale a pena sonhar.
Um dia o estudante de filosofia me disse: "Eu te amo" e um dia ele teve que partir. Em sua carta interior me pediu muita força e pediu à vida que um outro alguém me amasse em algum momento, algum dia... Saiba que eu precisei da morte para entender uma ressureição, eu precisei do tempo para curar feridas, esquecer palavras e solidão.

Sabe, você acredita em destino?
Eu estou certo de que aconteceu algo comigo. Quando eu resolvi escrever essa carta para você, a intenção era agradecer e lhe dizer que a força que tudo transforma voltou para mim pelas suas mãos. Queria dizer que o destino tratou de me fazer entender tudo o que aconteceu comigo e que a mesma vida que me tirou a alegria na juventude, me trouxe tudo de volta na maturidade dos dias de hoje. Preciso dizer que o amor dá uma vontade louca de ser feliz, que se em certos momentos nos faz morrer por dentro, depois nos faz reviver. Na verdade, eu sempre acreditei em destino. Por conta dele, agora você habita em meu interior e é por conta dele que a nossa história existe cumprindo com as preces daquele outro amor, que ao morrer, clamou a Deus por minha vida. Eu acredito nas profecias, acredito nessas preces nascidas do sonhos, dos desejos e da esperança!

Um dia o coração daquele filósofo escreveu-me uma carta que jamais recebi, eu a encontrei. Nela pediu-me que, se perdesse a força, ainda sobrevivesse e desejou que um novo olhar me reconhecesse e me guardasse com amor. Um dia eu vi seus olhos sorrindo para mim e o meu coração renasceu feliz. No meu peito, nos meus sonhos, no meu interior, estou certo que o amor é a cumplicidade que existe e cresce entre os nós dois, em nossas ações e visões. O "amor da minha vida" se chama: você sempre comigo ou eu, agora, jamais sem você!  

Edu,
meu tão querido companheiro...

Dizem que as coisas
mais belas sobre o amor
são ditas no silêncio
dos olhares.
Há verdade nisso, pois
seus olhos me dizem sempre
que esperar sua chegada
foi acreditar
que meus sonhos voltariam
e se tornariam realidade!!!

- EU AMO VOCÊ -

Um comentário:

Eduardo de Souza disse...

Obrigado por esse presente meu AMOR!!!

Quando eu conheci você, sua forma de falar, de contar as coisas, me fizeram feliz só pq tudo rima, daí eu descobri que você escrevia e em meio aos seus textos e poesias, havia esse lindo lugar chamado "Cartas ao Interior". Eu desejei ser uma dessas pessoas escolhidas para receber uma também, hoje meu desejo se realizou e que linda é ela!! Eu fico feliz porque meu presente é muito mais que uma carta, amo você!!