Inquietações
Há coisas que não me aborrecem
entre elas, as folhas secas que voam
soltas pelo meu quintal
e mesmo assim eu vou todos os dias
ver, quantas mais cairam aqui
ou ali e percebo que agora
há mais coisas que me enlouquecem...
São as formigas comendo a fundação
são as velharias deixadas
dentro de um porão
e é o chão, cheio de flores mortas
e a chuva que deixa a terra em lama
ou a lama que suja as escadas.
Há coisas que não me aborrecem
mas elas nascem e crescem
soltas pelo vasto mundo umbral
e mesmo assim eu sei que das vias
ser, quantos mais fariam assim
ou assado e entendo agora
há menos coisas que me amadurecem...
São as almas invisíveis em ação
são as velharias abandonadas
dentro de um coração
e é a razão, cheia de dores mortas
e a curva que deixa a visão impossível
ou a cama que não me deixa dormir.
Eu fico e vivo,
pensando...
- Me pego juntando
fotos pequenas
de um antigo mural.
Eram tempos de
revelar filmes
e filmes que revelariam
meu mundo atual -
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