22 de abril de 2008

Pinturas Abstratas

Não vou mais cruzar o oceâno, não mais!
Eu perdi motivos e ganhei outros, eu jurei por sonhos e pesadelos, os esperados, os idealizados... Joguei meus dados e tirei números baixos, confesso hoje, meus dados e minhas notas, foram induzidos e foram forjados, em meus desejos, em meus anseios!
Construí um barco, armei redes e parei, vi mais do mar... Areia mole, molhada, meus pés afundam e sinto a água, vem forte, veio forte; me sentei ali e de repente, dia que finda, dia quase terminando e um sol tão lindo, miragem. Vi o mar, balanço, vi o mar, balancei!
Eu em estrada longa, meus dias intermináveis, meus dias incansáveis, foram apagando cenas e desenhando formas, prejulguei, não julguei e o fiz, julguei! Mas tive um sonho, queria o barco e as redes, queria as ondas e a areia mole, molhada, afundar meus pés, sentar e ver o desafio. Eu em estrada seca, cheia de pó, paro e deixo passar a condução e lá se vai mais uma... Lá se vai de novo, outra vez!
E não sei o motivo, desejo íntimo de me ver dentro da tela, eu fiz uma tela, com barco e rede... Desejos mortos, jornada viva e eu sempre vivo, eu sempre digo que sempre faço e de fato, eu sempre amo, mas julgo e mais junto, resultantes, meus medos!
Monalisa sorridente, minha doce pincelada, forte, meiga, suja, me fez parar a cena, eu em cena, não! Não quero, me deixa, me solta... Eu quero ir embora!
Era cena de barco e de pesca, eu pescador, com rede, com meios e métodos... Então você, moça-tinta, misturada, mas meiga sim... Vem e reprova minha técnica, abstrata, abusada? Era só uma estrada de terra, era apenas uma condução que passava e eu deveria ter tomado, subido nela e partir para outros cantos, para outros rumos e ao invés disso, desci ao mesmo tempo que parei e nem subi, desisti só por um tempo mais de contemplação e se de um engano, me tratam fugitivo, tudo ao contrário, meu contrário em ti, minha pequena raíz, me parei diante de ti!
Eu, lá na estrada de terra e que pra mim era praia com barco, com rede de pesca e teorias de como pescar... Eu desbravaria o mar, e mais um pouco, mais do mundo! Culpa tua, culpa minha, nossa enfim, meu bem, as paredes da casinha eram quatro, apenas quatro e por mais quadradas e por mais parecidas, diferentes... Sol em uma, sombra em outra, mais umida aqui e ali, diferentes então, elas são diferentes ainda agora! Mas eu, sentado em praia com barco e rede, construí o barco e armei as redes - Quanta graça! - Não sei o que fazer com isso, não mais da forma como antes tanta certeza tinha... - Oras vê, me falta a honestidade de dizer que falta, magia, ser tão bom com defeitos e rancores, ser perfeito com malícias e poucas cores, meu quadro, meu bem de querer bem, cartas do fundo do coração!
Tu, na minha estrada seca, cheia de pó, eu vejo... Eu na tua estrada cheia de areia tomando a condução e então, flor, deserto, espátula e óleo em água, eu quero descer e parar, eu quero que pares de me olhar, mas que mexas os braços em sinal de espera, mas não espera, mas espera!
Eu, ao lado do barco resolverei o que fazer das redes, pressa de resolver... Doce amor, aprender a apaixonar sem promessas, não essas, aquelas então, eu dou risada, sei que tu também, pois bem, sabemos disso. Eu sei tanto disso!
Meu mar ficou pequeno, mas meu mundo ficou tão grande, minha visão em tudo o que se integra, aquilo tudo que se entrega, e à quem? Risos meus, entrego, aqui, doce sorriso e envergonhado de poeta, desavergonhado de homem, tão mais confuso até que os mais matemáticos, mais marceneiros, tão menos músico e bem mais autor, mais ator... Pintor!
Minha cena com casinha, mar, barquinho e rede, espatulada - com velocidades de dias e mais dos dias em ti e contigo - meu dia, minha noite, cena minha, nossa... Espera e não, lembra-te bem mais, mas não, nunca deixes a estrada, minha estrada, cheia de pó e seca... Meus pés afundados na areia mole, molhada, seca estrada, eu salto da condução e volto!
Meu dia cinza,
espatulado, tenho menos dos pincéis,
pois amargos são o dizeres que não se pronunciam...
... amor, amizade, todo o meu mundo. -
As dúvidas; paixão tem sentido
e formas -
Geanine, o amor abstrato meu!

5 comentários:

Anônimo disse...

...me faz entender algo q me falta...fica sempre assim, pertinho...fincado...raizinha...aqui, em mim, sempre tem lugar pra vc...REINA!
AMOVC....MEU REI!

Anônimo disse...

Tô sem palavras meu!

Difícil dessa vez é não entender, bem você, complexo... Pequeno garoto pedindo que vejam a pintura!!

Cara, fantástico!

Anônimo disse...

Nossa!!!
Quem é a Monalisa???
Tá louco cara, tô assustado com tanta coisa boa!

Anônimo disse...

A leitura do amor. Só o que posso dizer!! Pode ser, uma das mais doces forma de dizer "para sempre" que eu já pude ler.

Anônimo disse...

Reli e vou dizer uma coisa que é uma grande e orgulhosa verdade... Eu teria um filho, mas teria um filho com essa garota, essa grande mulher!!!!!!