27 de agosto de 2008

Abismos

Comecei subindo as escadas,
lances e lances, me cansava!
Comecei descendo a partir de meus planos,
nessa vida e nesse canto,
subir e descer, descer e cansar.

Prédio por dentro cheio de salas,
cheio de corredores e estou cansado,
mais um, quero subir e só mais um,
menos um e estou descendo!!
Janela do alto, formigas humanas,
circulando frenéticamente entre si
e entre si e o nada;
pessoas humanas circundando entre o si e o mim,
entre o cru e o meramente podre.
Mais corpos mulambos, mais povos sangrando,
sou pouco em mim, é tudo frio e do alto,
formigas humanas, formas amigas e humanas,
vejo o buraco, logo ali!!
***
Degraus de conquista, ladeiras estranhas,
correndo por certo caminho, logo após as escadas;
dentro um desejo de sorte e fora uma forma que erra,
consumidas esperanças, tolerância, seus penhascos,
em meus abismos.
Já no topo, já no último lance, abre a saída e passos lentos,
vento, olhos do lembrar e um giro vagaroso.
Faz novos passos, novas olhadas e pensa, se precipita e vai,
um pouco mais, pra baixo!!
Sofrido o interno, abrir seus temores e mergulhar,
nem voltar, queda livre e livre, depois de subir;
aproxima-se o chão, aproxima-se um fim, sem socorro,
filme muito rápido, apenas detalhes e sente,
o corpo humano em forma assim, toca o final.
Chegar à beira de si, cair pra fora de mim e ver mais do chão,
terminar ao início, começar descendo ou subindo.
Se joga ou lhe jogam, não importa aqui, nem mesmo um dia ali,
mergulho, queda livre, livre!!
***
A gente pode imaginar que muitas vezes
a vida pode ser igual,
que os dias podem se repetir,
que as palavras podem se redimir.
A gente acredita que muitas vezes
os olhos podem se encontrar,
que as ordens passem a ser sempre algumas
e só...
Nesses tempos em que se descobre alguém
e se imaginam milhares de coisas
e que o segredo é mesmo apenas um,
abrem-se os abismos e engolem nossas alegrias,
argoladas aos outros!
Grita, corre, apanha o próprio punhal e fere,
se assim o destino for,
sendo assim só o vício; relutar, contestar...
... vícios, assossiados senhores, queimando,
minha cabeça dói!!
Grita, não cala pois a tristeza pode ir,
se o destino assim quiser
e sendo assim só o início da batalha; desistir, aceitar...
... silêncio, complicado relato, torcendo,
é vazio aqui!
Grito?
Mas nem isso, eu apenas lamento,
pois se o destino soubesse a minha sentença,
eu talvez nem estivesse mais desse lado...
... nada prometido, minha cabeça dói,
ruidos e vazios aqui, aí...

Como há semelhanças entre os acidentes!!

2 comentários:

Anônimo disse...

aí, aqui...
Como há semelhanças entre os acertos!!
Um bj.

Anônimo disse...

Te cantarei infinitamente à espera de que um dia te conheças
E convides o poeta e a todos esses amantes da palavra, e os outros,
Alquimistas, a se sentarem contigo à tua mesa.
As coisas serão simples e redondas, justas. Te cantarei
Minha própria rudeza e o difícil de antes,
Aparências, o amor dilacerado dos homens
Meu próprio amor que é o teu
O mistério dos rios, da terra, da semente.
Te cantarei Aquele que me fez poeta e que me prometeu

Bjs

Zuzi