9 de agosto de 2014

Dileto de Algoz

Há momentos 
em que ter coragem 
é uma batalha 
contra o exército 
de um reino impiedoso 
consigo 
e respirar fundo 
faz um homem 
afogar-se 
em lágrimas. 

Eu quero acreditar 
que Eterno desfará 
os nós dessas injustas 
amarras 
e o devir seja feliz 
numa manhã clara 
para contar-me 
um sonho lindo. 

Quantos dias 
são realmente preciosos 
para valer 
uma jornada? 

E quantas noites 
eu pensei 
que meu coração 
seria 
o meu melhor amigo... 

Estradas são, 
às vezes, 
perigosas tramas 
quando se põe 
os pés na esperançosa 
caminhada 
e há segundos 
infinitos 
em que a alma 
treme inquieta, 
solitária, 
sofrendo calada. 

Meus olhos 
eram mais puros 
quando 
não poderia 
ser quem sou 
com honras 
e faltas, 
mas meus versos 
tampouco existiam, 
já que 
o clamor vivia mudo, 
atrás dos escudos, 
em campos sangrentos 
ao gladiar 
com gigantescos 
fantasmas. 

Se lutar 
pelo mundo 
que se deseja 
é sentença 
na morte 
do amor, 
eis que apresento 
minhas mãos 
feridas 
e desde muito 
das injúrias 
cansadas. 

De joelhos, 
com estendidos braços, 
me prostro 
diante 
da côrte soberana 
das sombras 
e peço: 

Cortem 
a minha cabeça 
na guilhotina 
dos fatos, 
para que 
meu orgulho 
seja exemplo leal 
e meu espírito 
possa voar 
verdadeiramente 
livre!

- Não há glórias
na guerra,
não há beleza
no retorno da morte.
Não há honra
para os arqueiros
e nem há valor 
para a cavalaria,
o clero é pagão
as torres
são pedras
 e não guardiãs.
Agora que sou
condecorado
pela espada
quero cravá-la
em meu peito...

My Lord,
só peço não ser 
a forca,
eu já sufoquei
minh'alma
enquanto
salvava a sua
Coroa! -

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